Caderno 3 / Notícias

24/03/2017

"Devemos motivar o mundo, não ser motivados por ele", explica o cantor gospel Manaceis Borges

Parte da formação do ser humano pode ser influenciada pela religião. Desde os primórdios da civilização já se tem informações de cultos religiosos realizados por humanos. O seguimento gospel, que já foi duramente discriminado no Brasil, hoje cresce cerca de 14% por ano e gera uma renda de R$ 21 bilhões. Cerca de 10% desse valor corresponde à música, segundo estimativa da Associação Brasileira de Empresas e Profissionais Evangélicos. Para o cantor gospel, Manaceis Borges, de 30 anos, isso acontece porque esse estilo musical fala de Deus.

Para muitos, o gospel é um estilo de vida. O mercado gospel inclui a moda, literatura, internet, música, entre outros. A música tem se destacado e alcançado, inclusive, público de outras religiões. Para o cantor, essa aceitação da música gospel se dá pelo fato de a música trazer paz ao coração e acalmar.

Dentro do próprio gênero gospel há muitos ritmos diferentes, como o rap, funk, sertanejo e pop. Alguns líderes religiosos alegam não aceitarem o rap, funk e o sertanejo gospel por acreditarem que os ritmos remetem a costumes conhecidos como "mundanos", ou seja, não baseados nas leis de Deus. Dessa forma, fogem do real motivo de o gospel existir, que é adorar a Deus. Contudo, para Manaceis todos os ritmos foram criados por Deus. Ele afirma que as músicas só precisam de letras que edifiquem a alma. "Devemos motivar o mundo, não ser motivados por ele”, explica.

 O cantor revela que não pretende seguir carreira fora da igreja. Explica ainda que o mercado gospel já está bem representado e que pretende usar o dom que Deus deu a ele somente na igreja que frequenta.

O rap gospel é bastante criticado por algumas pessoas, pois no mundo o rap incita a violência. Mas para o cantor de rap gospel AndréLuiz, o rap é um jeito diferente de falar de Deus, e não há muito reconhecimento ao estilo apesar de haver muitos representantes bons. “ O rap é a poesia da periferia, um jeito diferente de falar de Deus”, relata. Já sobre as mulheres no rap gospel ele diz que há muito mais preconceito, muitas pessoas não gostam de mulheres cantando esse estilo por achar muito agressivo, apesar de falar de Deus.

Independentemente do estilo, o fato é que a música gospel cresce rapidamente. Seus representantes e ouvintes esperam que alcance cada dia mais novos públicos e que a palavra de Deus seja ouvida nos quatro cantos do mundo. “ As pessoas não precisam ficar só nos ritmos lentos, se você gosta de algo animado, escute algo animado que louve a Deus”, conclui o cantor.