27% do PIB é oriundo das micro e pequenas empresas. São elas, as que mais empregam e, por mais difícil que se possa imaginar, as que menos desempregam no país. Com toda a dificuldade enfrentada, elas se mostram muito fortes.

*Leandro Rodrigues

É inegável que o Covid-19 tem afetado a saúde do nosso país e do mundo. Isso, desde o sentido mais estrito da palavra relacionado com a parte biológica e fisiológica, ao mais amplo que é a nossa saúde financeira. Abarcou desde o cidadão até o empresário, independentemente do seu tamanho. As micro e pequenas empresas são as mais afetadas, nesse cenário crítico de pandemia. Ou seja, a crise econômica que nos assola há tempos agora se intensificou.

O engraçado é que muitos empresários sequer se lembram de biologia, mas uma lição deixada por um biólogo há mais de dois séculos, é a chave para nos tirar dessa crise: não é o mais forte que sobrevive, mas sim os que se adaptam ao ambiente. E uma coisa não podemos negar: vai ficar quem está mais preparado.

No Brasil, segundo o Sebrae, 27% do PIB é oriundo das micro e pequenas empresas. São elas, as que mais empregam e, por mais difícil que se possa imaginar, as que menos desempregam no país. Com toda a dificuldade enfrentada, elas se mostram muito fortes.

Muitos empresários devem estar se perguntando, como sobreviver à essa pandemia? Não há outra resposta, a não ser se reinventar. Este é o momento de rever o seu negócio, vender valor e não preço. É necessário, mais que nunca, encantar o seu cliente, buscar crescer de uma forma sustentável.

O paradoxo disso tudo é que as MPE são extremamente importantes para a economia brasileira. Porém, boa parte dos empresários não conhecem a própria empresa. Muitos não sabem muito além do faturamento. Infelizmente, muitos desconhecem o quanto lucram ou o quanto isso representa sobre o que investiu. Indicadores como ROI, ciclo de caixa, operacional ou liquidez, são desconhecidos por muitos e na falta deste conhecimento, alavancam sua empresa tornando-a muito mais vulnerável e suscetível à falência.

Aos empresários, cabe pensar fora da caixa, fazer diferente e já vimos que isso é possível. Busque conhecimento disponível no mercado, busque auxílio, pois vocês não estão sozinhos nesse momento. Essas decisões farão a diferença quando essa pandemia passar. Momentos de crise, nos mostram o quanto somos fortes e versáteis. Lembrem-se, enquanto uns choram, outros ganham a vida vendendo lenço. Neste momento, seja o vendedor de lenço.

Já a sociedade, nós consumidores, precisamos muito entender a importância que essas pequenas e médias empresas têm no mercado e em nossas vidas. Nós dependemos delas. Já parou para pensar que em nosso círculo familiar, a maioria trabalha em uma MPE? Segundo o Sebrae, 52% dos empregos formais são provenientes destes estabelecimentos. Ou seja, nós precisamos deles. Eles, precisam de nós!

 

Leandro Rodrigues - Graduado em Administração e graduando Direito. Possui MBA em Gestão Financeira, Controladoria e Auditoria pela FGV. É especialista em Análises Financeiras. Atua como consultor empresarial nas áreas de finanças, controladoria, processos sistêmicos, mapeamento de processos, gestão de custos e formação de preços. É docente em cursos da área de Negócios e membro do Núcleo de Práticas Empresariais da UNIALFA.

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