Por Amanda Carolina de Oliveira

O Mais Goiás é um dos veículos jornalísticos que possui mais visibilidade em Goiás. Somente no Instagram, são quase 1 milhão de seguidores e os conteúdos chegam a ganhar bastante repercussão entre eles. Por este motivo, foi escolhido o portal Mais Goiás para ser analisado, após conclusão da disciplina de Gestão Editorial no curso de Jornalismo. O veículo produz diversas informações relacionadas ao Estado, principalmente, sobre as cidades que fazem parte da região metropolitana de Goiânia, como por exemplo, Aparecida de Goiânia e Trindade.

Entre os critérios escolhidos estão à pluralidade de fontes, diferentes pontos de vistas e construção narrativa das reportagens, além de outros fatores importantes para a construção de um jornalismo democrático. Ao analisar o portal, nota-se que há muitas informações de diferentes áreas, embora sejam predominantes as notícias na editoria de Cidades. Também foram vistas reportagens bem construídas, com especialistas, personagens que enriquecem a matéria.

Além disso, o site possui editorias de Esportes, Entretenimento, Economia e Política. Contudo, essas áreas não possuem informações a todo o momento. Diferente da área de Cidades, as outras editorias chegam há ficar 10 horas sem uma nova informação. Neste momento de pandemia, assim como outros veículos, a maioria das informações é relacionada à Covid-19, a exemplo do número de casos atualizados, taxa de ocupação em hospitais e o cronograma de vacinação. Um aspecto positivo é que foi criada uma aba somente para notícias sobre a doença. Assim, os leitores já podem clicar direto e ficarem atualizados com as últimas notícias.

Nos dias 14 e 15 de junho, por exemplo, cerca de 70% das notícias no Mais Goiás estavam relacionadas ao Coronavírus. Embora seja o tema de mais relevância atualmente, o veículo deixa de dar espaço para outros temas também de extrema importância e que devem ser tratados, como por exemplo, uma possível crise hídrica, de acordo com informações divulgadas pelo governo de Goiás. Seria importante que as causas dessa falta de água fossem questionadas às autoridades responsáveis.

Outro ponto negativo é a construção de matérias baseadas apenas em fontes oficiais, como os órgãos do governo. Algumas matérias são apenas reproduções das falas do governador Ronaldo Caiado, por exemplo. Entretanto, o jornalismo construído baseado em apenas uma fonte prejudica a qualidade da informação, uma vez que deixa de dar voz para outras versões e perspectivas. Também deixa de abordar novos desdobramentos daquele assunto. Em algumas vezes, o assunto só é disseminado em um determinado período de tempo e depois é esquecido totalmente. Isto mostra que grande parte das pautas são sugestões dos próprios órgãos públicos. Já outros assuntos que também devem ser abordados perdem espaço.

Aquelas temáticas que falam, por exemplo, do público LGBTQIA+ são dificilmente debatidas e colocadas em evidência pelo portal. Porém, de acordo com o Código de Ética dos Jornalistas, é dever do jornalista combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza. Portanto, a inclusão desse tipo de pauta seria de extrema importância para quebrar tabus e amenizar os preconceitos existentes dentro de nossa sociedade contra essa parcela da situação.

No geral, o Portal Mais Goiás traz notícias do cotidiano de forma bastante acessível. As pautas são pertinentes e refletem o cenário atual vivido pelos goianos. Os conteúdos trazem especialistas no assunto, além de personagens. Algumas matérias também citam a Legislação Brasileira e isso é bastante positivo, pois mantém os cidadãos informados a respeito das leis que regem o país. Também há diversidade no número de profissionais, tendo homens e mulheres trabalhando como repórteres.

Por outro lado, assim como já mencionado, em algumas matérias, faltam desdobramentos e levantamentos de novas perspectivas a respeito do assunto. A imprensa possui o dever de informar os acontecimentos que vão interferir de alguma forma, no cotidiano da população para que possam agir e se tornarem mais críticos diante das autoridades. Assim, impedirá a criação de opiniões padronizadas para que interesses distintos ganhem espaço no debate público. Desse modo, será possível a construção de uma sociedade democrática, já que a mídia também influência nesse sentido ao atuar como o 4º poder.

*Este artigo foi produzido pela aluna  Amanda Carolina do 7ª período de Jornalismo da UNIALFA sob supervisão da professora Amanda Costa*