"A visita tem como um dos objetivos inspirar os estudantes a se verem no mercado de trabalho", afirma o coordenador de Engenharia Mecânica no UNIALFA, Iúry Colatto

Crédito: Stefany Lara (Baru - Agência Experimental de Comunicação)

No último sábado (18), 13 alunos dos cursos de Engenharia Mecânica e Engenharia Elétrica do Centro Universitário Alves Faria (UNIALFA) visitaram a fábrica de gelatina Gelnex, localizada às margens da BR-060, no município de Nazário. A iniciativa surgiu da parceria entre o coordenador do curso de Engenharia Mecânica, Iúry Colatto, e o ex-aluno da instituição Jullyano Lopes, que é o atual responsável pela manutenção da fábrica.

De acordo com Jullyano, a Gelnex é uma empresa multinacional que trabalha com exportação. A unidade de Nazário foi inaugurada em 2004 e produz cerca de 13 mil toneladas de gelatina por ano. Material que é exportado para 150 países. Por isso, conhecer a fábrica, segundo Iúry, possibilitou aos alunos o contato real com o mercado de trabalho. Durante a visita, eles acompanharam o processo de transformação do couro suíno e bovino, que chega dos curtumes da região e vira gelatina.

Professor no UNIALFA, o engenheiro químico Victor Debbiazzi, que acompanhou os estudantes, afirmou que o objetivo do passeio foi apresentar o ambiente de fábrica aos alunos. Eles observaram na prática o que estão vendo em sala de aula. "Os estudantes puderam ver os processos de geração de energia, moagem, secagem, decantação, filtração e conhecer como ocorre o tratamento de fluentes", destacou o professor.

Antes de entrar na fábrica, os alunos receberam orientação e equipamentos de segurança, como capacetes, óculos e protetores auriculares. Em seguida, Jullyano explicou a importância do trabalho preventivo na manutenção das máquinas para atingir as metas. "A Gelnex dá muita oportunidade para estágio, principalmente para novos profissionais. Por isso, é importante entender os dados das máquinas, além de ter um perfil proativo e sem preguiça", afirmou o ex-aluno.

A fabricação da gelatina

O couro que chega à Gelnex é cortado em pequenas partes e colocado de molho por dois dias. Em seguida, passa por processos de separação do colágeno da pele. Ao receber altas e baixas temperaturas, o colágeno fica com a consistência de macarrão. Logo após, ele é secado e moído para ser transformado em matéria prima para a indústria alimentícia e farmacêutica.

Desse procedimento, os alunos do curso de Engenharia Mecânica Rafael Paixão e Shemily Pereira estavam empolgados para acompanhar o funcionamento da caldeira, equipamento que transforma energia térmica ou elétrica em vapor superaquecido. "Tenho interesse em máquinas térmicas e de fluxo. Na prática, vimos fatores que transcendem a parte teórica", considerou o estudante.

Shemily destacou o fato de ter contato com a prática do que é estudado em sala. "O legal foi acompanhar os processos de transformação do coro no colágeno em pó", acrescentou a aluna. Já para o discente de Engenharia Elétrica Airazec Santos, o que mais o interessou foi ver a sala dos geradores e o funcionamento da turbina de energia. "Na teoria, é muito idealizado. O meu trabalho de conclusão de curso é nessa área, por isso, para mim, é interessante conhecer a parte de geração de energia da Gelnex", explicou Airazec.

Nesse sentido, o coordenador Iúry Colatto enfatizou a importância do contato dos alunos com o mercado de trabalho. "Na sala de aula, é muito distante. Ver que o profissional também apanha bastante, mostra a realidade da área", considerou. Ele ainda relatou como foi estabelecida a relação com a empresa em questão. "Há um ano, a Gelnex entrou em contato pedindo indicações de alunos. Enviei os melhores currículos e o Jullyano foi selecionado".

A intenção, agora, foi, segundo ele, inspirar outros alunos a se verem, futuramente, trabalhando em uma fábrica como engenheiros, assim como ocorreu com o egresso do UNIALFA que hoje está na Gelnex. Iúry ainda destacou que, após o ingresso de Jullyano, a empresa tem selecionado outros alunos do curso de Engenharia Mecânica das instituição para estágio e para vagas efetivas, inclusive.